quarta-feira, 21 de julho de 2010




*Estou apertada em todos os cantinhos de mim que sentem...

Não quero chegar e ter de ver o teu sofá vazio. Não me pude despedir com um abraço.




quarta-feira, 14 de julho de 2010



Hoje nasci triste. E assim vou morrer, por hoje.

Nascendo assim a maior parte dos dias, hoje não me reconheço. Não sei de que parte de mim arranquei toda esta passividade. Talvez tenha sido da cavidade onde costumava guardar preciosamente os sentimentos. Hoje nem força tenho para argumentar, para te mostrar que, por á mais b, não tens e não tens razão. Não sei se é falta de energia ou se de interesse, tal é a repetição da frustração por todos os hojes do mês, todos os meses do ano, de todos os anos.
Hoje apetece-me dizer-te só: "não quero saber, faz como quiseres, diz o que quiseres, sê o que quiseres e como quiseres, tem orgulho nisso. Amanhã quando me procurares já cá não vou estar. O teu orgulho certamente estará e acompanhará a tua solidão. Não serei precisa, no caso de ser notava".
Hoje não vou dizer nada. Não tenho energias, vontade ou interesse. Ficamos assim. Hoje.
Amanhã, bom, tudo depende de como amanhã nascer.





Vácuo:
espaço desprovido de matéria.

Errado! Eu existo no vácuo e toco-o com cada pedaço de mim. Porque o escolhi como lar-doce-lar? O mundo escolheu-o por mim. O ambiente molda-me. Determinismo. Assim o permiti. Livre arbítrio. Perco-me na escrita, as ideias são confusas aqui. Andam à solta e por isso é difícil coloca-las em cadeia. Numa que faça sentido, pelo menos. Vivo aqui e o porquê pouco importa. Vivo. O vácuo é bom para mim, daqui o meu cérebro vê tudo de um bom ângulo e, assim, vivo. Vê-o, vê-a. Conhece a voz dele e a dela. E também ouve, ouve a voz dela, que fala com a voz dele, que responde à voz dela. Grito. Ordeno que se calem todas as vozes, mas não se calam porque a minha não se ouve. O vácuo não a propaga. Determinismo. Que me resta agora, para além de enrolar com o meu corpo o meu cérebro para que não veja nem ouça, tentando escondê-lo no seu centro. Livre arbítrio. Centro? Sim. Dói-me o centro do cérebro, ou não fosse ele o epicentro de um terramoto eminente que o corpo tenta evitar. Por isso também ele dói, o corpo, e eu nem o consigo afagar. Determinismo. Escondo o meu cérebro no centro do meu corpo e tento proteger dele o mundo. Livre arbítrio. Nada mais me resta agora e, por isso, brinco com o destino para que se ouça assim a minha voz. Que lhes chegue a eles antes do terramoto. Do vácuo consigo ver a luz do dia, que reflecte o determinismo da vida. Assim o é enquanto o livre arbítrio deixar.





*Se tenho direito a senti-lo e a expressá-lo,
não sei porque tal direito me é negado.




terça-feira, 13 de julho de 2010



*Saudade.












*Memento de Christopher Nolan.





*É à
noite que a vida me lateja e por isso não consigo dormir.
Com a vida, lateja esta saudade.




Se pudesse abrir esta porta, deixar-me-ia aqui para trás.






















Tu sabes como se sente mas... esta tudo na tua mente?




*A banda sonora de uma noite.




Não Sei Falar de Amor


Já não me amo. Deixei de me amar para te amar. A primeira condição matava a segunda, por isso matei eu a primeira. Matei.
Fui eu. Serenamente obrigaste-me a escolher um de nós - não percebeste. Obedientemente eu escolhi. Injusto - nem reparaste. Agora: agora amo-te mas não te quero. E de ti não quero quase nada. Quase nada: quero apenas que me ames, que por ser fiel eu não posso. E é desta forma que quero que me ensines a falar de amor. Mas, desta forma, também tu não o sabes. Fui eu quem matou. Agora. Quase nada.