quarta-feira, 14 de julho de 2010


Vácuo:
espaço desprovido de matéria.

Errado! Eu existo no vácuo e toco-o com cada pedaço de mim. Porque o escolhi como lar-doce-lar? O mundo escolheu-o por mim. O ambiente molda-me. Determinismo. Assim o permiti. Livre arbítrio. Perco-me na escrita, as ideias são confusas aqui. Andam à solta e por isso é difícil coloca-las em cadeia. Numa que faça sentido, pelo menos. Vivo aqui e o porquê pouco importa. Vivo. O vácuo é bom para mim, daqui o meu cérebro vê tudo de um bom ângulo e, assim, vivo. Vê-o, vê-a. Conhece a voz dele e a dela. E também ouve, ouve a voz dela, que fala com a voz dele, que responde à voz dela. Grito. Ordeno que se calem todas as vozes, mas não se calam porque a minha não se ouve. O vácuo não a propaga. Determinismo. Que me resta agora, para além de enrolar com o meu corpo o meu cérebro para que não veja nem ouça, tentando escondê-lo no seu centro. Livre arbítrio. Centro? Sim. Dói-me o centro do cérebro, ou não fosse ele o epicentro de um terramoto eminente que o corpo tenta evitar. Por isso também ele dói, o corpo, e eu nem o consigo afagar. Determinismo. Escondo o meu cérebro no centro do meu corpo e tento proteger dele o mundo. Livre arbítrio. Nada mais me resta agora e, por isso, brinco com o destino para que se ouça assim a minha voz. Que lhes chegue a eles antes do terramoto. Do vácuo consigo ver a luz do dia, que reflecte o determinismo da vida. Assim o é enquanto o livre arbítrio deixar.


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